A tendência de queda se intensificou após a divulgação, na semana passada, de uma oferta pública primária.
As ações da Azul (AZUL4) enfrentam mais um dia de forte queda nesta segunda-feira (28), impactadas pela reação negativa do mercado ao recente anúncio de aumento de capital da companhia aérea.
Os papéis AZUL4 chegaram a operar em alta no início do pregão, mas logo inverteram a tendência e atingiram R$ 1,65. Por volta das 14h10, os papéis apresentavam uma queda de 8,21%, sendo cotados a R$ 1,79.
No acumulado de abril, a empresa já registrou uma perda de 47% em seu valor de mercado, o que representa quase toda a desvalorização do ano, que chega a 50%. Este é o pior momento para as ações da companhia desde o pico da pandemia.
- Veja também: Azul (AZUL4): Ações recuam 10% nesta segunda (28) e acumulam derrocada de 47% apenas em abril
A tendência de queda se intensificou após a divulgação, na semana passada, de uma oferta pública para a distribuição primária de ações preferenciais.
A operação, finalizada na noite de quarta-feira (24), arrecadou R$ 1,66 bilhão com a emissão de 464 milhões de novas ações. Com isso, o capital social da companhia aérea totalizou R$ 7,13 bilhões.
Ao divulgar a oferta de ações, a Azul anunciou que inicialmente emitiria cerca de 450 milhões de ações preferenciais, com a possibilidade de esse número aumentar para aproximadamente 700 milhões, o que poderia resultar em uma movimentação de até R$ 4,1 bilhões.
No entanto, apesar desse potencial, apenas uma fração desse volume adicional foi utilizada.
A reação do mercado foi negativa em relação à operação, especialmente devido à preocupação com a significativa diluição dos acionistas existentes. Analistas apontam que, levando em conta as recentes iniciativas da Azul para gerenciar seus passivos — como a emissão de 96 milhões de ações para arrendadores em um acordo de US$ 557 milhões, um aumento de capital de US$ 12 milhões e a possível conversão de debêntures —, a diluição para os acionistas minoritários pode chegar a 85%.
De acordo com informações do Valor Investe, o J.P. Morgan decidiu remover o preço-alvo da Azul, que antes era estimado em R$ 9,50, e manteve a recomendação neutra para as ações. O banco afirmou que as incertezas relacionadas à estrutura de capital da empresa dificultam a previsão de uma recuperação estável no curto prazo.