O Banco Central planeja, para o próximo ano, uma revisão das normas e da extensão do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), conforme declarou Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução da instituição.
“Esse é um processo regular de atualização das regulamentações, parte de um esforço contínuo para aprimorar as normas, alinhando-as aos padrões internacionais e aumentando a eficiência e robustez desse sistema”, explicou durante uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (24).
Gomes destacou que o calendário do Banco Central prevê uma reavaliação do tamanho do FGC a cada quatro anos, com a próxima revisão agendada para 2026.
Ele enfatizou que o foco da autoridade monetária não está apenas na dimensão do fundo, mas sim em garantir que ele desempenhe adequadamente sua função. O Banco Central buscará analisar as mudanças ocorridas no sistema financeiro nacional para determinar a dimensão ideal do FGC e avaliar se ajustes nas contribuições são necessários.
- Veja também: Declarações conflitantes nas negociações entre EUA e China aumentam confusão comercial global
O que é o FGC
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) protege depósitos e investimentos financeiros de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, em situações de insolvência de instituições financeiras que possuem autorização do Banco Central. Os principais responsáveis pela contribuição ao fundo são os grandes bancos privados.
Caso do Banco Master
Gomes enfatizou que a atualização das regulamentações não está vinculada a “nenhum evento conjuntural”. Ao ser indagado sobre o caso do Banco Master, ele afirmou que não pode comentar situações específicas. “Monitoramos o setor e acompanhamos a evolução do sistema financeiro nacional, e isso nos fornece informações para aprimorar essas normas”, acrescentou.
Atualmente, o Banco Central está avaliando a aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB. O Banco Master é reconhecido pela oferta de CDBs com alta rentabilidade, sendo que muitos deles são garantidos pelo FGC.
Desde que a negociação foi anunciada, em 28 de março, o fundo tem gerado grande interesse no mercado. Em junho de 2024, o FGC tinha R$ 107,8 bilhões à disposição para cumprir suas obrigações, enquanto os depósitos a prazo do Banco Master totalizavam R$ 45,6 bilhões, representando 42% do montante disponível no fundo.