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Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

A iniciativa de estabelecer prêmios de preço para metais verdes, como alumínio, cobre, níquel e zinco, tem como objetivo promover práticas sustentáveis e preparar o mercado para as crescentes exigências ambientais.

A Bolsa de Metais de Londres (LME), o principal mercado global para metais, anunciou que está criando um prêmio de preço voltado para metais sustentáveis.

Essa iniciativa inclui quatro commodities – alumínio, cobre, níquel e zinco – e tem como objetivo atender à crescente demanda do setor por uma distinção entre materiais de baixo impacto ambiental e aqueles gerados por práticas consideradas mais poluentes, conforme informações da LME.

Segundo a bolsa, ao implementar diferenciais de preço relacionados à sustentabilidade, o mercado poderá reconhecer de maneira clara o valor dos metais com menor impacto ambiental, promovendo o desenvolvimento de cadeias produtivas mais responsáveis.

“Estamos apresentando iniciativas que acreditamos favorecerão a criação de prêmios de sustentabilidade que sejam acessíveis a todo o setor”, afirmou Matthew Chamberlain, CEO da LME.

“Esses prêmios irão revelar o valor relacionado à sustentabilidade e têm o potencial de fomentar o crescimento do mercado de metais mais sustentáveis. Ademais, a maior resiliência observada nas cadeias de suprimentos sustentáveis estabelece uma conexão significativa com a agenda global de minerais críticos.”

Como funcionará o “price premium” da LME? 

O prêmio de preço, ou “price premium” em inglês, refere-se ao valor extra que um comprador está disposto a pagar além do preço padrão de um produto, devido a alguma característica especial — como qualidade superior, origem sustentável, menor impacto ambiental, marca mais renomada, entre outras.

No contexto da proposta divulgada pela Bolsa de Metais de Londres, o prêmio de preço se refere a um valor adicional pago para adquirir metais que são produzidos de maneira mais sustentável, com menor emissão de carbono e seguindo boas práticas ambientais e sociais.

Assim, metais “verdes”, como alumínio, cobre, níquel ou zinco, teriam um custo superior ao dos metais convencionais, refletindo o valor e os custos associados a essas práticas responsáveis.

A proposta da LME fundamenta-se em três pilares:

  1. Critérios rigorosos de sustentabilidade: Cada metal terá requisitos específicos que incluem limites para a pegada de carbono, os quais serão avaliados por meio de metodologias internacionais reconhecidas, além de certificações independentes que atestam boas práticas ambientais e sociais.
  2. Registro através do LMEpassport: Para serem considerados elegíveis, os produtores de metais deverão enviar toda a documentação relacionada às suas credenciais sustentáveis pelo sistema LMEpassport, garantindo assim transparência e rastreabilidade.
  3. Descoberta de preços via Metalshub: Os metais que atenderem aos critérios estabelecidos poderão ser comercializados na plataforma Metalshub, que é voltada para commodities sustentáveis. Essa plataforma já está sendo utilizada para a negociação de níquel de baixo carbono, em um projeto iniciado em 2024 em parceria com a própria LME.

Além disso, será estabelecida uma entidade independente para administração de preços, encarregada de compilar os dados das transações e divulgar periodicamente os prêmios de preço para metais sustentáveis. Essa entidade também irá estabelecer políticas e diretrizes para o funcionamento do sistema, além de receber contribuições dos participantes do mercado.

A LME estabeleceu critérios específicos para classificar metais como sustentáveis, que combinam metodologias de avaliação da pegada de carbono desenvolvidas por associações do setor e certificações de terceiros adaptadas a cada commodity. Esses critérios têm como objetivo assegurar que apenas metais com comprovação técnica e auditoria independente sejam reconhecidos como sustentáveis.

Recepção positiva do mercado

A proposta da LME recebeu uma resposta positiva de representantes da indústria e investidores. Frank Jackel, cofundador e diretor-gerente da Metalshub, destacou que a incorporação de dados de sustentabilidade nos processos de negociação é essencial para que metais responsáveis recebam a valorização adequada.

“Isso contribui para que o mercado avance em direção a um futuro mais sustentável e ético”, afirmou em um comunicado oficial.

A LME anunciou que continuará em diálogo com diversos stakeholders do mercado físico para aprimorar a proposta. Atualizações sobre o andamento desse processo serão compartilhadas ao longo do ano.

A expectativa é que a formalização dos prêmios de sustentabilidade se torne um motor significativo de transformação na indústria global de metais, criando novas referências de valor para práticas sustentáveis.

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