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Embraer (EMBR3): A suspensão da Boeing pela China poderia ser um triunfo para a fabricante brasileira?

As ações da Embraer (EMBR3) estão em queda nesta quarta-feira (16), revertendo os ganhos do dia anterior, quando a notícia sobre a ordem da China para suas companhias aéreas não aceitarem mais jatos da Boeing ganhou destaque.

A informação, divulgada pela Bloomberg, seria uma reação à decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 145% sobre produtos chineses.

Por volta das 15h30 (horário de Brasília), as ações caíam 3,33%, cotadas a R$ 62,50, após um aumento de 3,06% no dia anterior. Acompanhe o desempenho em tempo real.

Hoje, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, não confirmou a suspensão mencionada, mas elogiou a aviação brasileira, destacando o país como um ator importante no setor, conforme informações da Folha de S. Paulo.

Segundo a análise de André Ferreira, do Bradesco BBI, e de Wellington Lourenço e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, a alta observada na terça-feira (15) foi impulsionada pelo otimismo do mercado e pela menor carteira de pedidos da Embraer em comparação com seus concorrentes. Contudo, os analistas alertam que ainda há muitas incertezas em relação à guerra comercial.

Eles indicam que a Airbus ou a Comac seriam os principais beneficiados, uma vez que suas aeronaves são mais comparáveis às da Boeing em termos de tamanho, enquanto a Embraer se especializa em jatos menores. Assim, o impacto positivo não deve ser imediato para a fabricante brasileira.

Apesar disso, o BBI e a Ágora mantêm uma visão otimista sobre a Embraer, que é considerada uma das principais recomendações dos analistas. O preço-alvo estabelecido para as ações é de R$ 90.

Medida da China pode ser vitória para Embraer?

Embora a China realmente suspenda a importação de jatos da Boeing, os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello, do BTG Pactual, ressaltam que aviões não são produtos que podem ser facilmente armazenados, comercializados ou substituídos, ao contrário de outros itens envolvidos na escalada da guerra comercial entre os EUA e a China.

Eles observam que as companhias aéreas têm pouca flexibilidade para trocar entre diferentes tipos de aeronaves, devido ao alto custo associado à transição de um modelo para outro. Essa mudança exige investimentos significativos, treinamentos e ajustes na frota.

“Portanto, acreditamos que a suspensão das importações de aeronaves da Boeing por companhias aéreas chinesas terá um impacto marginal sobre a Embraer, especialmente se for uma restrição temporária, presumivelmente durante o mandato de Trump, embora sua política tarifária seja imprevisível”.

Para que essa medida represente uma nova oportunidade de crescimento para a fabricante brasileira, a suspensão precisaria se tornar uma restrição duradoura, segundo o banco.

“Entretanto, adotamos uma postura cautelosa em relação a essa possível chance, pois entendemos que as questões tarifárias são instáveis e estão em constante mudança. Isso nos leva a não esperar alterações significativas para a Embraer no curto e médio prazo”, concluem os analistas.

O BTG Pactual mantém uma recomendação de compra para as ações da Embraer, com um preço-alvo de R$ 94.

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