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O BCE corta as taxas de juros novamente para auxiliar a economia na adaptação às políticas comerciais dos Estados Unidos

O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros pela sétima vez em um ano, nesta quinta-feira (17), com o objetivo de apoiar uma economia da zona do euro que já enfrenta dificuldades e que será significativamente afetada pelas tarifas dos Estados Unidos.

O BCE tem diminuído os custos dos empréstimos à medida que as pressões inflacionárias pós-pandemia diminuem, e a recente instabilidade comercial nos mercados globais reforça a necessidade de um maior afrouxamento monetário.

“O aumento da incerteza provavelmente diminuirá a confiança entre famílias e empresas, e a resposta volátil do mercado às tensões comerciais pode resultar em um endurecimento das condições de financiamento”, afirmou o BCE. “Esses aspectos podem impactar ainda mais as perspectivas econômicas da zona do euro.”

É improvável que a presidente do BCE, Christine Lagarde, forneça muitas indicações sobre o futuro, mantendo sua posição de que a incerteza ainda é muito alta para que o banco se comprometa com qualquer decisão específica, optando por avaliar seus próximos passos à medida que novos dados se tornem disponíveis.

Apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter suspendido a maioria das tarifas, várias ainda permanecem em vigor, e a volatilidade nos mercados financeiros já provocou danos à economia.

Isso levou a uma ampla maioria dos economistas consultados pela Reuters a prever o corte desta quinta-feira, que reduziu a taxa que o BCE paga sobre os depósitos bancários em 25 pontos-base, para 2,25%.

Esse valor representa o limite superior da faixa de 1,75% a 2,25% que o BCE considera “neutra”, ou seja, uma taxa que não estimula nem restringe a atividade econômica.

Dessa forma, o BCE retirou de seu comunicado à imprensa a menção às taxas de juros como sendo “restritivas”.

Tarifas

No mês passado, Lagarde afirmou que o BCE acreditava que o crescimento dos 20 países que utilizam o euro poderia diminuir em meio ponto percentual caso os Estados Unidos impusessem uma tarifa de 25% sobre as importações da UE e o bloco respondesse, resultando na eliminação de cerca da metade da expansão projetada para a zona do euro.

Entretanto, essa previsão foi considerada excessivamente otimista, especialmente se uma guerra comercial afetar negativamente a confiança de investidores, empresas e consumidores.

Embora o BCE anteveja que uma guerra comercial possa elevar a inflação em 50 pontos-base, a instabilidade gerada pela política comercial volátil dos EUA também pode impactá-la. Quase todos os indicadores financeiros que influenciam os preços passaram por mudanças significativas nas últimas semanas.

O euro valorizou-se em 9% em meio à volatilidade e alcançou um nível recorde em termos de comércio ponderado. Os preços da energia caíram consideravelmente, o crescimento econômico está desacelerando e a China, principal alvo das tarifas americanas, pode direcionar parte de sua produção para a Europa.

Vários bancos de investimento já diminuíram suas previsões para a inflação na zona do euro este ano, muitas vezes alinhando-as à meta de 2% do BCE ou até mesmo abaixo dela.

“As forças desinflacionárias estão se acumulando”, destacou o HSBC em um relatório ao revisar sua previsão de inflação para 1,9% neste ano e 1,8% no próximo.

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