A estatal anunciou na noite de terça-feira (29) os números de produção e vendas referentes ao período de janeiro a março, que foram bem recebidos pelos bancos. No entanto, esses resultados não conseguiram evitar as perdas relacionadas ao petróleo no mercado internacional. Confira o que está por vir em relação ao balanço.
As ações da Petrobras (PETR4) estão em baixa nesta quarta-feira (30), e, desta vez, a responsabilidade não recai sobre o relatório operacional da estatal: a desvalorização do petróleo no mercado internacional está pressionando a empresa e afetando todo o setor.
Por volta das 12h30, as ações da Petrobras apresentavam quedas de 1,14% (ON) e 0,85% (PN), seguindo as cotações do Brent (-1,43%) e do WTI (-1,44%). Entre as empresas do setor, Prio (PRIO3) registrava uma queda de 1,15%, enquanto PetroReconcavo caiu 0,91% e Brava Energia despencou 3,26%. O Ibovespa também operava em baixa, com uma diminuição de 0,45%, marcando 134.478,47 pontos.
Na noite de terça-feira (29), a estatal apresentou seu relatório operacional referente ao primeiro trimestre de 2025, que revelou uma produção de 2,771 milhões de barris diários de óleo equivalente (petróleo e gás natural), representando uma queda anual de 0,2%.
Por outro lado, as vendas de combustíveis aumentaram 2,9% no primeiro trimestre do ano, totalizando 1,696 milhão de barris por dia. Confira os detalhes do relatório operacional divulgado pela estatal.
Petrobras: o que vem por aí
De acordo com o Citi, os resultados da Petrobras demonstraram uma melhora esperada em relação ao trimestre anterior, com um aumento de 5,4% na produção total.
O banco ressalta que essa melhoria foi impulsionada pela redução nas paradas operacionais e pelo aumento da produção proveniente de novos FPSOs e de 11 novos poços em operação.
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“Esperamos que a Petrobras apresente resultados robustos no primeiro trimestre, refletindo um crescimento no Ebitda ajustado em relação ao trimestre anterior e o anúncio de dividendos ordinários”, afirmam os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona em seu relatório.
Eles destacam que essa expectativa se baseia em preços de petróleo estáveis, redução de custos devido a menos paradas para manutenção, aumento no preço do diesel e previsões de menor capex durante o período.
A estatal divulgará seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 no dia 12 de maio, após o fechamento do mercado.
Na mesma linha, o Safra comentou que a Petrobras teve uma boa produção no primeiro trimestre de 2025, com um aumento de 5,4% em comparação ao trimestre anterior, embora esse número tenha ficado 2% abaixo das previsões do banco.
Com base nesses dados, os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade esperam que a Petrobras registre um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado 6% maior na comparação trimestral, com uma margem de 52% e um lucro líquido de US$ 4,8 bilhões.
O Safra também projeta dividendos ordinários trimestrais de US$ 2 bilhões, o que representa um rendimento de 2,8%.
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, observa que, após a divulgação do relatório de produção sem surpresas significativas, a atenção agora se volta para os resultados trimestrais, especialmente no que diz respeito ao capex da Petrobras.
“Depois de ultrapassar significativamente as diretrizes de investimentos no último trimestre do ano passado, o primeiro trimestre de 2025 pode ajudar a dissipar preocupações sobre má alocação de capital e, consequentemente, sobre a distribuição futura de dividendos”, comenta.
Por outro lado, o BTG Pactual ressalta que após a reação negativa aos resultados do quarto trimestre — impulsionada por um aumento nos investimentos em capital — o foco antes da divulgação dos resultados do primeiro trimestre estará em avaliar se a evolução dos investimentos pode impactar os pagamentos futuros.
“Em um cenário macroeconômico mais desafiador, a redução nos investimentos em capital e a melhoria na produção provavelmente serão as principais variáveis para qualquer recuperação dos preços das ações”, afirmam os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez.
O BTG espera um pagamento de dividendos ordinários na ordem de US$ 1,6 bilhão referente aos primeiros três meses do ano.
Comprar ou vender as ações?
Atualmente, não há um consenso sobre as recomendações para as ações da Petrobras.
O Citi, por exemplo, mantém uma classificação neutra, com um preço-alvo para os ADRs (papéis negociados em Nova York) fixado em US$ 14, o que indica um potencial de valorização de 21,5% em relação ao último fechamento.
Por outro lado, o Safra adotou uma recomendação de “outperform” (equivalente a compra) para as ações preferenciais da empresa, estabelecendo um preço-alvo de R$ 48, o que sugere um potencial de alta de 57% em comparação ao fechamento anterior.
Seguindo essa tendência, o BTG e o Itaú BBA também recomendam a compra das ações. O BTG estipula um preço-alvo de US$ 20 para os ADRs, considerando a Petrobras como sua favorita no setor de óleo e gás. Já o Itaú BBA define o preço-alvo em R$ 43 para os papéis negociados na B3.