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Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

Acionistas estão se mobilizando para sugerir a indicação de Cunha para o conselho da Tupy, após a controversa substituição do CEO da metalúrgica.

Mauro Cunha deve ser eleito para o conselho de administração da metalúrgica Tupy (TUPY3) na assembleia de acionistas que ocorrerá nesta quarta-feira (30), às 15h.

A empresa revelou os resultados dos boletins de voto a distância (BVD), que representam 13,2% das ações, e Cunha já obteve votos suficientes para assegurar uma posição no colegiado.

Indicado pelas gestoras Charles River e Organon, ele foi o candidato mais votado, recebendo 18,124 milhões de votos, o que corresponde a 95,23% do total de votos registrados por BVD. Em contraste, os outros nove candidatos juntos somaram apenas 5% dos votos, com nenhum deles alcançando 1% do total.

Na assembleia, esses percentuais deverão ser alterados, pois os votos dos principais acionistas, como BNDESpar (28%), Previ (25%) e Trígono (10%), serão contabilizados.

“De acordo com minhas estimativas, o candidato Mauro Cunha já possui um número de votos que garante com ampla margem sua vaga no conselho”, afirmou Camilo Marcantonio, sócio da Charles River.

“Isso evidencia claramente que os acionistas minoritários não se sentem representados pelo Conselho indicado pelos acionistas controladores e enxergam em Cunha uma oportunidade de serem ouvidos”, acrescentou.

Tupy (TUPY3): voto múltiplo deve garantir Cunha

As gestoras solicitaram a implementação do sistema de voto múltiplo para a eleição do conselho da Tupy, justificando a indicação de Cunha pela insatisfação com a decisão do atual colegiado de substituir o CEO da empresa.

Fernando Rizzo será substituído por Rafael Lucchesi, que ocupa a presidência do conselho de administração do BNDES, além de ser diretor na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-superintendente do Sesi, embora não tenha experiência como CEO.

As gestoras expressam preocupação com o que percebem como um aumento da interferência política nas operações da Tupy.

A gestora Trígono, que conta com o Banco do Brasil entre seus sócios, indicou três conselheiros em uma chapa de nove formada em conjunto com BNDES e Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB.

Com a adoção do voto múltiplo, os acionistas poderão concentrar seus votos em um único candidato ou distribuí-los entre vários, ao invés de votarem apenas em uma chapa.

Os outros candidatos indicados são:

  • Vinicius Marques de Carvalho, Marcio Bernardo Spata e Sergio Foldes Guimarães, pelo BNDES;
  • Paula Goto, Márcio Antonio Chiumento e Wagner de Souza Nascimento, pela Previ;
  • José Rubens de La Rosa, que foi contra a troca do CEO, Jaime Luiz Kalsing e Carolina Lacerda, pela Trígono.

Quem é Mauro Cunha

Com mais de 30 anos de atuação no mercado de capitais, tanto como gestor quanto como conselheiro independente, Cunha presidiu a Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec) de 2012 a 2019.

Em 2013, fez história ao se tornar o primeiro membro independente eleito por acionistas minoritários na Petrobras. Entre 2019 e 2020, ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal. Atualmente, ele integra os conselhos da Embraer, Hypera Pharma e Klabin.

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