Clima urbano

O estudo do Clima Urbano foi desenvolvido no Brasil pelo geógrafo Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, que criou as bases do estudo de climatologia no país e a partir daí, a análise do clima urbano, ganhando forma em seu livro. Assim seus estudos relacionam a climatologia com as ações antrópicas, seguindo a Teoria Geral dos Sistemas, uniu a geografia física com a humana, desenvolvendo a teoria-metodológica do Sistema Clima Urbano (SCU). Para Monteiro (1976) “A cidade gera um clima próprio, resultante da interferência de todos os fatores que se processam sobre a camada de limite urbano e que agem no sentido de alterar o clima em escala local. Seus efeitos mais diretos são percebidos pela população através de manifestações ligadas ao conforto térmico, à qualidade do ar, aos impactos pluviais e a outras manifestações capazes de desorganizar a vida da cidade e deteriorar a qualidade de vida de seus habitantes”.

Nesse sentido, a climatologia, sua interação com a superfície e os elementos sociais formaram as bases para os estudos de Monteiro. Segundo ele, o clima urbano “é o clima de um dado espaço associado ao seu processo de urbanização, que expressa as condições atmosférica resultantes da interação de diferentes escalas climáticas e de superfície”. Dessa forma, os objetos sociais, ruas, estruturas, e as intenções econômicas por trás desses objetos, em conjunto e se relacionando com as características físicas do meio, geram alterações climáticas próprias das regiões urbanizadas. A urbanização e a industrialização são fatores humanos de extrema influência para a alteração dos climas, causando a alteração do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas. Assim processos e decisões econômicas e políticos dão forma ao meio urbano ao mesmo tempo que alteram o espaço natural, a construção de uma indústria pode poluir corpos d’agua ao mesmo tempo que a urbanização gera impermeabilização dos solos, alterando aspectos físicos de um determinado local e assim alterando também os processos naturais desse local.

Para o estudo do Clima Urbano é necessário o entendimento de alguns conceitos como a mudança do clima, alterações climáticas, mudança abrupta, oscilação climática, ritmo. Os estudos sobre Clima Urbano resultaram nos estudos do fenômeno das Ilhas de Calor, fato que ocorre nas grandes cidades, onde o perfil do clima das áreas centrais é mais quente que os bairros residenciais, periféricos, ou áreas arborizadas e de parques. Nas áreas rurais há queda brusca na temperatura. A concentração de materiais, de estruturas e maior verticalização da cidade armazena calor durante o dia e liberam calor no período noturno, deteriorando a qualidade do ar, somada com a poluição gerada pelas indústrias e veículos gera uma condição climática específica das áreas de densa urbanização, alterando assim a temperatura do ar, a velocidade do vento, a umidade relativa do ar e de pureza do ar.

O processo de urbanização acelerado gerado pelo aumento da população urbana no mundo, junto com a degradação ambiental gerada pelo desmatamento e pela poluição, processos vistos principalmente nos países subdesenvolvidos, criam o clima urbano que por sua vez impacta no clima geral, causando a precarização da vida nas cidades. O estudo desenvolvido por Monteiro e muitos outros geógrafos que entendem a geografia física e a geografia humana como única, buscam analisar as alterações climáticas geradas pela ação antrópica criando caminhos de desenvolvimento sustentável paras cidades visando o equilíbrio entre o meio natural e o meio social, diminuindo os impactos da urbanização não planejada e a industrialização poluente dos meios naturais.

Bibliografia:

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