Um estudo global que avaliou mais de 3 mil empresas mostrou que o mercado considera as fontes de energia limpa como mais rentáveis e estáveis em comparação com as fontes tradicionais.
De acordo com o relatório Energy & Utilities Strategy & Performance 2023 da PwC, o setor de energia renovável se firmou como um dos mais promissores dentro da indústria elétrica global.
O estudo examinou o desempenho de 3.325 empresas do setor energético entre 2018 e 2022, incluindo 147 companhias brasileiras.
Os dados revelam que as empresas de energia renovável têm recebido avaliações mais favoráveis do mercado. Durante o período analisado, a relação entre o valor da firma e o lucro operacional (EV/EBITDA) dessas empresas foi, em média, 19% superior à das companhias que dependem de fontes fósseis, como petróleo e gás natural.
Energias renováveis superam fósseis em crescimento, retorno e estabilidade
O relatório da PwC ressalta que as empresas de energia renovável não só apresentaram um crescimento superior, mas também demonstraram resultados mais estáveis e com menor volatilidade nos retornos.
O coeficiente de variação do ROIC, que avalia a instabilidade dos retornos, foi consideravelmente inferior entre as empresas de energia renovável (169 em comparação a 211), refletindo uma maior previsibilidade e menos flutuações no retorno sobre o capital investido.
Além disso, a pesquisa indica que o crescimento das energias renováveis foi principalmente impulsionado pela entrada de novos negócios e pela crescente demanda. Em contraste, o setor de energia fóssil experimentou uma alta sustentada, em grande parte devido ao aumento nos preços das commodities, como petróleo e gás.
O estudo da PwC também aponta que grandes empresas do setor de Óleo e Gás estão investindo na diversificação para fontes de energia renovável como uma estratégia para mitigar riscos e melhorar seus múltiplos.
Brasil acompanha tendência global
No Brasil, 72% das empresas avaliadas pertencem ao setor elétrico, um percentual significativamente superior à média global de 43%. O estudo revela um crescimento sólido nesse setor, especialmente entre as empresas de energia renovável.
Apesar de um ambiente de precificação que ainda não atinge os níveis internacionais, as empresas brasileiras demonstraram bons retornos sobre o capital investido e um crescimento real em moeda local durante os cinco anos analisados.
Além disso, a pesquisa classifica 41% das empresas no quadrante denominado “golden spot”, que inclui aquelas com crescimento acima da mediana e rentabilidade elevada — um cenário considerado ideal para atrair investimentos.
Empresas especializadas crescem mais, mas integradas oferecem estabilidade
Outro ponto importante destacado no relatório da PwC é a comparação entre empresas especializadas e integradas.
As empresas especializadas, frequentemente voltadas para fontes renováveis, mostraram um crescimento mais rápido, com múltiplos de mercado mais elevados e uma valorização maior entre 2018 e 2022.
Em contrapartida, as empresas integradas apresentaram resultados financeiros mais robustos e previsíveis, com menor volatilidade nos retornos durante o mesmo período.
De acordo com a PwC, a decisão entre priorizar um crescimento acelerado ou buscar estabilidade será um dos principais desafios estratégicos para as companhias do setor energético nos próximos anos.