Google: A venda do Chrome, alterações no Android e o risco de perder a liderança em inteligência artificial estão em discussão. Entenda os fatores por trás do processo antitruste.
O Google está enfrentando um novo julgamento nos Estados Unidos, previsto para durar três semanas, que pode levar a medidas significativas contra seu domínio no mercado de buscas online.
Nesta semana, o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA deu início às audiências para determinar as sanções a serem aplicadas à empresa, após o juiz federal Amit Mehta ter decidido, em agosto de 2024, que a gigante da tecnologia infringiu leis antitruste ao sustentar um monopólio ilegal.
Entre as ações sugeridas, o DOJ propõe a venda do navegador Google Chrome e o término de acordos com fabricantes que definem o buscador do Google como padrão em dispositivos Android. De acordo com o governo dos EUA, essas práticas restringem a concorrência e dificultam a entrada de outras empresas no mercado.
Na última quinta-feira (17), em um processo distinto movido pelo mesmo departamento, uma juíza federal determinou que o Google detém um monopólio na publicidade online.
Google afirma que medidas podem prejudicar consumidores e inovação
Em sua defesa, o Google argumenta que as sanções propostas pelo governo podem ter consequências negativas para a economia e para os consumidores. A empresa enfatiza que os preços dos dispositivos poderiam subir, o ecossistema Android e o navegador Chrome poderiam ser prejudicados, e a liderança tecnológica dos Estados Unidos em relação a nações como a China estaria ameaçada.
Além disso, o Google afirma que o mercado de Inteligência Artificial (IA) está se desenvolvendo de maneira rápida e saudável, sem a necessidade de intervenções regulatórias severas. A empresa citou inovações recentes de seus concorrentes, como ChatGPT (OpenAI), Grok (xAI), Copilot (Microsoft) e o sistema chinês DeepSeek, para ilustrar a diversidade e o dinamismo do setor.
Punicõe sincluem compartilhamento de dados e possível divisão da empresa
Segundo o site The Verge, o governo dos Estados Unidos está buscando obrigar o Google a compartilhar dados de buscas com seus concorrentes e a restringir acordos que privilegiam seu buscador em navegadores e sistemas operacionais. O Google já indicou que pretende recorrer, mas não poderá implementar nenhuma ação concreta até que os processos relacionados aos mercados de publicidade e buscas sejam finalizados.
Este caso é visto como o mais significativo contra o Google desde a criação da empresa, representando uma abordagem mais contundente do governo dos Estados Unidos em relação a grandes companhias de tecnologia, especialmente no que diz respeito a práticas de monopólio digital.