Olá, posso te ajudar?
Pular para o conteúdo

BTG projeta PIB maior e Selic em 15% para 2025 em meio a risco global

A cada dia, o mercado demonstra crescente apreensão, aguardando um possível acordo entre Estados Unidos e China, ou ao menos uma redução da incerteza que envolve as bolsas globais devido à guerra comercial. Nesse cenário, o BTG Pactual revisou suas previsões para o Brasil em 2025 e 2026.

Apesar de sinais fracos e indícios de uma desaceleração econômica, o banco decidiu aumentar suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 1,50% para 1,70% para este ano. De acordo com a equipe de macroeconomia liderada por Mansueto Almeida, essa revisão otimista se deve ao forte estímulo crédito com a implementação do novo crédito consignado para o setor privado, que deve contribuir com um crescimento total de 1,1% do PIB ao longo de três anos. Consequentemente, a expectativa para 2026 também foi elevada de 1,40% para 1,70%.

“Estamos vivenciando um momento de tempestade perfeita na economia global. Ninguém esperava que a administração Trump adotasse um cenário tão agressivo, com um aumento tão significativo e abrangente das tarifas de importação nos Estados Unidos”, analisou a equipe.

Apesar desse ambiente incerto e de indicadores que sinalizam uma economia mais fraca, o BTG observa que o mercado de trabalho continua resiliente, enquanto a inflação permanece em níveis elevados. Assim, eles projetam uma elevação de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom, seguida por um último ajuste de 0,25 p.p em junho na taxa Selic.

“A incerteza global – especialmente em relação às tensões comerciais – e a crescente atenção do Comitê aos efeitos retardados da política monetária indicam que as decisões futuras dependerão cada vez mais dos dados disponíveis”, ressalta o banco.

No curto prazo, no entanto, o maior desafio no Brasil continua sendo a necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso para colocar a dívida pública em uma trajetória de redução consistente.

Recentemente divulgados, os números oficiais do governo indicam que a dívida pública brasileira deve crescer até 2028, alcançando 84,2% do PIB, antes de entrar em um caminho de queda.

De acordo com o banco, a projeção oficial do governo federal se fundamenta na preservação da despesa obrigatória em relação ao PIB, além de uma drástica diminuição da despesa discricionária do governo, que deve cair de 1,8% do PIB para quase “zero” até 2029.

“Esse cenário é claramente inviável, pois resultaria em um ‘shutdown’ da administração pública federal. Considerando as regras fiscais atuais no Brasil e o ritmo projetado para o crescimento das despesas obrigatórias, não conseguimos vislumbrar uma redução da dívida pública bruta ou líquida até o final desta década”, afirmam.

Assim, eles preveem um déficit primário do governo federal de 0,6% e 0,7% do PIB para este e o próximo ano, respectivamente, além de um déficit nominal superior a 8,5% do PIB nesse mesmo período.

Quanto às projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026, os analistas mantiveram suas estimativas em 5,7% e 4,5%, respectivamente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *