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As ações da Embraer (EMBR3) registraram uma alta superior a 3% após a divulgação dos resultados da carteira de pedidos do primeiro trimestre de 2025. Especialistas continuam demonstrando otimismo em relação à empresa

A percepção favorável dos analistas em relação à Embraer (EMBR3) continua após a divulgação da carteira de pedidos da fabricante brasileira para o primeiro trimestre de 2025 (1T25).

O total alcançou US$ 26,4 bilhões, representando um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior e mantendo-se estável em relação ao final de 2024. Os especialistas ressaltam que o primeiro trimestre tende a ser sazonalmente mais fraco.

De acordo com a empresa, a carteira de pedidos ultrapassou o recorde alcançado no quarto trimestre do ano anterior.

As ações da fabricante estão em alta no pregão desta quarta-feira, com um aumento de 3,46%, cotadas a R$ 63,08 por volta das 13h50 (horário de Brasília).

Na avaliação do BTG Pactual, mesmo sem aumentos significativos no curto prazo, o cenário aponta para um sólido crescimento nas áreas de Aviação Executiva e Defesa.

“Esse volume de pedidos é registrado em um trimestre que tende a ser mais fraco para as fabricantes de aeronaves em termos de entregas e vendas. A comparação anual também é afetada por uma base elevada no 1T24, impulsionada pelo pedido de US$ 7 bilhões da American Airlines”, comentam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello.

Ainda assim, o banco acredita que há espaço para melhorias nos próximos trimestres, à medida que os desafios da aviação comercial começam a se amenizar e as campanhas comerciais ganham impulso. A expectativa para os setores de Defesa, Aviação Executiva e Serviços é de que continuem apresentando um desempenho elevado.

A recomendação do BTG para as ações da Embraer é de compra, com um preço-alvo estipulado em R$ 94.

Os analistas André Ferreira, do Bradesco BBI, e Wellington Lourenço e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, avaliam os resultados de maneira favorável, mas ressaltam que, embora a Embraer tenha entregue 7 aeronaves comerciais no primeiro trimestre, a empresa não conseguiu entregar duas unidades adicionais devido a problemas comerciais.

“Se essas duas aeronaves tivessem sido incluídas, as entregas estariam alinhadas com nossa estimativa anterior e mais próximas do consenso de 10 unidades. Com esses dois jatos, a Embraer teria alcançado 11% do ponto médio de sua projeção para 2025 no 1T25, em vez de 9%, refletindo ainda os desafios contínuos na cadeia de suprimentos, mas se aproximando mais da média de 12% dos últimos cinco anos”, destacam.

Os analistas também observam que a carteira de pedidos superou o recorde do trimestre anterior, embora não inclua o pedido da ANA Holdings, que pode representar US$ 1,1 bilhão a preço de tabela.

No segmento de Defesa, apesar da carteira ter permanecido praticamente inalterada em relação ao trimestre anterior, ela incluiu a conversão de 5 opções de aeronaves A-29 Super Tucano em pedidos firmes pelo Uruguai. Contudo, não foram contabilizados os pedidos referentes à seleção do C-390 Millennium pela Suécia e Eslováquia, nem os Super Tucanos por Portugal e Panamá.

O BBI e a Ágora estimam que esses pedidos potenciais poderiam adicionar cerca de US$ 1,1 bilhão à carteira de pedidos do setor de Defesa.

“Diante desse cenário, mantemos nossa recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 90 para o final de 2025 para EMBR3. Reafirmamos as ações como uma das nossas principais recomendações no setor de bens de capital para 2025”, concluem os analistas.

Desafios à frente para a Embraer

Na análise da XP Investimentos, a Embraer apresentou resultados operacionais considerados neutros, com entregas mais lentas que estão de acordo com um trimestre historicamente mais fraco. A corretora mantém sua recomendação neutra.

Os analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes destacam dois desafios principais:

  • Os desafios na cadeia de suprimentos continuam a restringir as entregas no setor Comercial, além de duas unidades finalizadas que não foram entregues devido a questões comerciais. A Embraer, no entanto, projeta uma melhoria na regularidade da produção nos próximos meses.
  • Além disso, a carteira de pedidos se manteve estável em todas as divisões, com o recente pedido da ANA Holdings (15 aeronaves E2) ainda não contabilizado no backlog atual da empresa.

“Em resumo, percebemos que as expectativas de crescimento estão refletidas nos múltiplos atuais e acreditamos que o mercado aguarda anúncios em breve para que a Embraer consiga manter um nível saudável de book-to-bill, especialmente no setor comercial”, afirmam os analistas.

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